O bloco de samba-reggae Cores de Aidê, formado por mais de 170 mulheres e pessoas não-binárias, vai entregar um Carnaval inspirado no povo da rua – exus, malandros, e pomba-giras nas religiões de matriz africana – para a população de Florianópolis. O grupo se apresenta em três oportunidades neste Carnaval, começando na próxima sexta-feira (9), às 19h, durante o Desfile dos Blocos Afros, nas ruas do centro histórico.
O desfile é realizado ao redor da Praça XV de Novembro, palco carnavalesco das primeiras escolas de samba até a década de 1980. Um dos trajetos tem início aos pés da Igreja Nossa Senhora do Rosário e passa pela Catedral Metropolitana, território ancestral para as populações afrodescendentes.
Na sexta-feira de Carnaval, 9 de fevereiro, Cores de Aidê, juntamente com os blocos Africatarina, Arrasta Ilha e Baque Mulher farão suas apresentações a partir das 19h, com ritmos de samba-reggae e maracatu comandando o espetáculo.
“A união dos blocos em uma apresentação é para somar forças enquanto uma grande organização para seguir conquistando espaços, mostrando a importância da cultura afro como um todo dentro de uma cidade e de um estado que são bastante conservadores”, diz Dandara Manoela, coordenadora e regente geral do Cores de Aidê.
A agenda continua no domingo, 11 de fevereiro, com a apresentação do bloco na Lagoa da Conceição, a partir das 19h, na praça Bento Silvério. O encerramento do Carnaval terá um cortejo especial para as crianças, na Quarta-feira de Cinzas, 14 de fevereiro, às 10h, saindo do Largo da Alfândega até a Praça XV de Novembro, com a participação de pequenos dos projetos sociais É da Nossa Cor e Menina Percussão.
Enredo
Neste ano, o bloco traz o enredo “Malandragem: a Potência das Ruas”, que busca inspiração na energia de exu, pomba-giras, ciganas, malandras e malandros para representar o povo da rua. A dança, a percussão e a letra da música no Carnaval celebram a alegria e os festejos emanados nas ruas.
“Nesse espaço coletivo e democrático que é a rua onde tantas histórias, enredamentos e desenredamentos acontecem, a gente quer levar através do nosso corpo, da nossa percussão, da nossa voz, a energia da malandragem, fazer uma homenagem para as ruas”, diz Sarah Massignan, idealizadora e coordenadora geral do Bloco Cores de Aidê.
O tema traduz-se também nos figurinos, alas, ritmos e arranjos musicais, assim como na participação de pessoas para integrarem o desfile oficial dos Blocos Afros junto com o bloco.
A artista Gugiê Cavalcanti será um dos destaques do cortejo representando as artes visuais, durante o desfile ela estará pintando um quadro sobre um reboque. As sambistas Juliana D’Passos e Julia Maria irão puxar a música-tema “Alegria Laroyê”, composta por Bel Ignacio, Inara Moraes e Paula Santos. Terá uma ala de danças urbanas, coreografada por Julia Milan; além de uma ala para entusiastas do bloco, conduzida pela bailarina e danças afro-brasileiras, Aldelice Braga.
O Bloco Cores de Aidê foi contemplado em três editais estaduais e federais: Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura, o Edital Gelci José Coelho – Peninha e o prêmio nacional Culturas Populares e Tradicionais Mestre Lucindo.
Agenda do Bloco Cores de Aidê – Carnaval 2024
09/02 (sexta-feira) – Desfile dos Blocos Afros – Volta à Praça XV – 19h
11/02 (domingo) – Cores de Aidê na Lagoa da Conceição – 19h
14/02 (quarta-feira) – Cortejo Infantil do Cores de Aidê – Largo da Alfândega – 10h
Fernanda Pessoa
Mayra Cajueiro Warren
Jornalistas | Dançarinas do Bloco Cores de Aidê